O dia das mães é uma data cercada por flores, homenagens e mensagens de gratidão. No entanto, para muitas pessoas, essa celebração pode despertar sentimentos confusos, especialmente quando existem feridas emocionais ligadas à figura materna. Nem todas as relações entre mães e filhos são fáceis — e, às vezes, o que vemos nas redes sociais não reflete a realidade de quem ainda carrega dores não resolvidas.
Neste artigo, vamos explorar cinco passos conscientes e transformadores para iniciar um processo de cura interior. Não se trata de esquecer o passado ou fingir que não houve dor, mas sim de permitir-se construir uma nova relação com essa parte da sua história — seja com sua mãe ou com as emoções que ela desperta em você.
Se você sente que essa data mexe com o seu emocional, continue a leitura. Pode ser o começo de uma libertação profunda e necessária.
Passo 1: Reconheça a Dor Sem Julgamento
A cura começa pela aceitação da realidade emocional
Muitas vezes, tentamos ignorar ou minimizar a dor que sentimos em relação à nossa mãe, seja por culpa, vergonha ou medo de parecer ingrato. Mas negar o que dói não faz com que a dor desapareça — ela apenas se esconde e se manifesta de outras formas: insegurança, autossabotagem, ansiedade ou relacionamentos difíceis. O primeiro passo para a cura é reconhecer a ferida, sem se julgar por senti-la.
Nem toda dor precisa de explicação imediata
Você não precisa entender tudo agora. Às vezes, a dor está lá mesmo quando não sabemos exatamente por quê. Permita-se sentir o que surge quando pensa na sua mãe ou no que essa relação representa. Ao invés de se perguntar se é “certo” ou “errado” sentir aquilo, apenas acolha a emoção como ela é. Esse movimento interno abre espaço para a escuta genuína de si mesmo.
Dia das Mães e a importância de validar suas emoções
Durante o dia das mães, a pressão social para demonstrar amor e gratidão pode tornar ainda mais difícil para quem tem feridas mal resolvidas. Validar sua dor é um ato de coragem — não de fraqueza. Reconhecer o que você sente, mesmo que vá na contramão das expectativas externas, é o primeiro gesto de respeito por si.
Permita-se sentir, sem se culpar
Não há caminho de reconciliação emocional sem esse mergulho sincero. Quando você se permite olhar para a dor com honestidade e sem julgamento, começa a recuperar sua autonomia emocional. Isso também transforma a forma como você vive o dia das mães, permitindo que a data não seja um gatilho, mas talvez o início de uma nova fase.
Passo 2: Investigue as Raízes da Ferida
A dor atual pode ter origens mais profundas do que parece
Nem sempre as mágoas que sentimos em relação à nossa mãe vêm de eventos isolados. Muitas vezes, elas são resultado de padrões emocionais repetidos ao longo da infância, palavras não ditas, afeto não recebido ou expectativas frustradas. Compreender a origem dessas feridas nos permite olhar para a nossa história com mais compaixão — e menos culpa.
Contextualizar é diferente de justificar
Investigar o passado não significa desculpar comportamentos tóxicos, mas entender o cenário emocional no qual você foi criado. Qual era a realidade da sua mãe? Que tipo de carga emocional ela também carregava? Que padrões ela herdou da própria mãe? Ao responder essas perguntas, começamos a perceber que muitas atitudes feriram não por maldade, mas por repetição inconsciente.
Dia das Mães: uma oportunidade para enxergar com outros olhos
Durante o dia das mães, é comum lembrar do que faltou. Mas também pode ser o momento de enxergar o que houve por trás das ausências ou dos conflitos. Não para justificar, mas para reconhecer que há uma história maior sendo transmitida. Essa perspectiva pode trazer alívio e abrir espaço para a empatia, inclusive consigo mesmo.
O autoconhecimento é o fio condutor da cura
Refletir sobre sua infância, reviver memórias e observar como essas experiências ainda influenciam sua vida atual é um ato poderoso de autoconhecimento. Se sentir desconforto durante esse processo, lembre-se: é natural. Cada camada revelada aproxima você de uma compreensão mais profunda de si — e da sua liberdade emocional.

Passo 3: Libere o Peso da Culpabilização
Culpar eternamente só prolonga a dor
Quando nos sentimos feridos, é comum procurarmos um culpado — e muitas vezes, essa figura é a nossa mãe. Embora seja importante reconhecer o que foi doloroso, manter-se preso à culpabilização constante apenas nos afasta da cura. A mágoa ganha força quando alimentamos o ressentimento, e isso nos prende a um ciclo de sofrimento que impede o crescimento emocional.
Responsabilidade não é o mesmo que culpa
Assumir responsabilidade sobre o que sentimos não significa “passar pano” para os erros dos outros. Significa parar de entregar o controle da nossa paz interior ao passado. Ao compreender que temos autonomia para transformar como lidamos com nossas experiências, deixamos de depender de pedidos de desculpa que talvez nunca venham — e começamos a reconstruir nossa história a partir de dentro.
Dia das Mães: transforme o ressentimento em um ponto de partida
O dia das mães pode ser uma data especialmente sensível se ainda há mágoas mal resolvidas. No entanto, também pode se tornar um marco de libertação emocional. Em vez de esperar por mudanças externas, olhe para dentro: como você pode liberar esse peso? Como pode acolher sua dor sem continuar acorrentado a ela?
Praticar o perdão é libertar a si mesmo
Perdoar não é esquecer nem aceitar comportamentos abusivos. É escolher não carregar mais o fardo da dor. O perdão verdadeiro é um ato íntimo, que ocorre mesmo quando a outra pessoa não está presente. Ele marca o momento em que você escolhe viver com mais leveza — e com mais consciência de quem você quer se tornar, especialmente em datas como o dia das mães, que carregam tantas memórias e expectativas.
Passo 4: Reescreva sua Narrativa Interna
Você não é apenas o que aconteceu com você
As histórias que contamos sobre nós mesmos moldam diretamente a forma como nos sentimos, nos relacionamos e tomamos decisões. Se a sua narrativa está ancorada apenas na dor ou no abandono materno, é natural que você continue vivendo a partir dessas feridas. Reescrever essa narrativa não significa negar o passado — mas transformar o modo como você escolhe interpretá-lo.
Dê um novo significado à sua trajetória
É possível olhar para os mesmos fatos com outros olhos. Talvez sua mãe não tenha dado o amor que você precisava, mas isso não diminui seu valor como pessoa. Você pode reconhecer o impacto das faltas, mas também destacar sua força, sua superação e tudo o que construiu apesar das dificuldades. A narrativa interna precisa ser justa — e ela deve incluir a sua evolução.
Dia das Mães: um convite para ressignificar sua história
Durante o dia das mães, muitas pessoas se sentem pressionadas a seguir uma narrativa idealizada — cheia de gratidão, afeto e proximidade. Mas e se essa não for a sua verdade? Você pode usar essa data como um momento simbólico para iniciar uma reconstrução da sua própria história. Uma história que não apaga a dor, mas reconhece sua capacidade de se reinventar a partir dela.
Use a escrita como ferramenta de cura
Escrever é uma forma poderosa de reorganizar pensamentos e emoções. Tente redigir uma carta simbólica para si mesmo, descrevendo sua infância com um novo olhar — focando nas lições aprendidas, nos recursos internos que você desenvolveu, e no que você decide deixar para trás. Esse simples exercício pode mudar profundamente a forma como você encara o passado, o presente e até mesmo o dia das mães.

Passo 5: Crie uma Nova Forma de Relacionamento (ou Encerramento Consciente)
Quando recomeçar é a única opção saudável
Nem todas as relações podem ser reconstruídas. Em alguns casos, o melhor caminho para a cura é aprender a estabelecer novos limites ou até mesmo dar um passo atrás em relação à figura materna. Criar uma nova forma de relacionamento não significa ignorar a mãe, mas compreender que você tem o direito de viver sua vida de maneira mais saudável e equilibrada. Isso pode incluir o distanciamento físico ou emocional — se for necessário para o seu bem-estar.
Relações conscientes começam com limites claros
Estabelecer limites não é uma forma de rejeitar alguém, mas sim de afirmar o que você está disposto a aceitar em seu espaço emocional. Esse é um passo essencial para quem deseja interromper padrões negativos e estabelecer um relacionamento mais equilibrado e respeitoso. Isso pode ser feito com pequenas mudanças na forma de interagir, ou até com a criação de um espaço seguro para você dentro do seu próprio mundo emocional.
Dia das Mães: Defina o que essa data representa para você
O dia das mães pode ser uma data carregada de expectativas e pressões externas, mas você tem o poder de decidir o que ele representa para você. Se não se sente preparado para celebrar da maneira tradicional, isso é completamente válido. Você pode criar um novo significado para o dia, seja praticando autocuidado, refletindo sobre a sua própria jornada de cura ou simplesmente respeitando seus limites.
O encerramento consciente também é um ato de cura
Quando o relacionamento com a mãe é irreparável ou extremamente tóxico, o encerramento consciente se torna a melhor escolha. Isso não significa negar o que foi, mas sim aceitar o que não pode ser mudado e liberar-se para seguir em frente. Esse processo pode ser desafiador, mas também extremamente libertador. Às vezes, a melhor forma de honrar o que vivemos é deixar ir.

Conclusão: O Presente da Liberdade Emocional no Dia das Mães
O dia das mães pode ser tanto um lembrete de amor e gratidão quanto uma oportunidade para refletir sobre as feridas emocionais que ainda carregamos. Reconhecer a dor, entender suas raízes, liberar a culpabilização, reescrever a narrativa interna e estabelecer novos limites são passos fundamentais para curar antigas mágoas e se libertar de padrões que já não servem.
O caminho da cura não é linear, e cada um de nós tem sua própria jornada. À medida que você avança, lembre-se de que o verdadeiro presente no dia das mães pode ser a sua liberdade emocional, o seu poder de escolha e a paz que vem de olhar para o passado com compreensão e para o futuro com esperança.
Ao transformar a relação com a mãe — seja ela mais próxima ou distante — você também está investindo no seu próprio crescimento e autossuficiência emocional. Esse processo exige coragem, paciência e autocompaixão, mas, ao final, é uma jornada que vale a pena.
Se você ainda não deu o primeiro passo, que tal começar hoje? O dia das mães pode ser o momento perfeito para dar início a essa transformação e se libertar de qualquer peso emocional que esteja impedindo sua paz interior.
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Minha paixão é traduzir o complexo universo das emoções em textos que inspiram, informam e ajudam as pessoas a construir conexões mais saudáveis. Combinando conhecimento científico e linguagem acessível, busco oferecer reflexões práticas e insights valiosos para quem deseja melhorar suas relações e compreender melhor a si mesmo.
Esse conteúdo simples transformador!
Fico feliz que tenha gostado =)